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Pode apagar a luz. O “Ciência com Pipoca” está de volta!

O Cinema é uma grande janela em que podemos enxergar de perto o mundo, seja ele real ou fantástico. Os filmes estão entre os meios mais divertidos para entendermos a nossa sociedade ou até outras formas de vida. E tudo isso é Ciência, pois tudo isso é conhecimento.

O “Ciência com Pipoca” chegou a sua segunda edição convidando o público para quatro sessões diferentes e inovadoras no Senac de Ribeirão Preto, nos dias 20 e 21 de outubro. Na sexta-feira as sessões foram realizadas às 14 e 19 horas, já no sábado elas aconteceram às 14 e 16 horas.

O objetivo do evento é utilizar trechos de filmes, séries e documentários para ligar ideias e conceitos científicos abordados nas apresentações. O enredo é dinâmico e cativante, igual às suas histórias favoritas, e os narradores são professores e pesquisadores universitários.​

A programação completa está disponível no site: http://cienciacompipoca.wixsite.com/2017.

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Realização 

O evento é uma realização do Instituto de Estudos Avançados da USP, Polo Ribeirão Preto (IEA-RP), Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (CRID), Centro de Terapia Celular (CTC) e Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP São Carlos (ICMC-USP).

 

Seminário do CTC aborda o avanço nas pesquisas para o tratamento do diabete Melito

Uma das iniciativas de maior impacto no tratamento do diabete tipo 1 é desenvolvida na Unidade de Terapia Celular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em colaboração com o Centro de Terapia Celular (CTC).

Para aprofundar a discussão do tema, o CTC em parceria com o Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) realizou o seminário “Terapia Celular no diabete melito: onde estamos?”.

O encontro foi realizado no dia 25 de setembro, no Salão de Eventos do Centro de Tecnologia da Informação de Ribeirão Preto (CeTI-RP) no campus da USP em Ribeirão Preto.

No Brasil 18 milhões de pessoas sofrem com diabete, o número cresceu 62% só na última década. Cerca de 90% dos casos são de diabete do tipo 2, que ocorre por resistência à ação da insulina e tem a obesidade entre as principais causas.

Os casos restantes são de diabete tipo 1, uma doença autoimune que leva o sistema imunológico a atacar o pâncreas do paciente, destruindo as células beta, que produzem insulina.

O trabalho em Ribeirão Preto foi idealizado pelo pesquisador Júlio Voltarelli e passou a ser conduzido por um grupo de pesquisadores que incluem a Profa. Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues e o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri que ministraram o seminário.

O estudo mostrou na primeira fase, entre 2003 e 2011, avanços no tratamento que incluíram a suspensão do uso de insulina em alguns pacientes ou a redução das injeções diárias.

Foram abordados no encontro: terapia com células-tronco, implante de células pancreáticas artificiais, bombas eletrônicas de insulina, aplicação por via oral ou nasal e monitoramento da glicemia por escaneamento.

Assista o seminário completo no Canal da TV Hemocentro: https://goo.gl/C1TzM8

1º Workshop on Sickle Cell Disease Research

O Hemocentro de Ribeirão Preto sediou o 1º Workshop on Sickle Cell Disease Research, no dia 15 de setembro, no Anfiteatro vermelho.

O evento foi organizado pelo Centro de Terapia Celular (CTC USP), com participações de pesquisadores internacionais da Université Sorbonne-Paris-Cité, do INSERM (Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale), da USP e UNESP.

A USP e a renomada universidade francesa estabelecem uma forte cooperação acadêmica em várias áreas do conhecimento. Em 2015 foi criada uma Rede de Pesquisa Internacional em Hematologia envolvendo professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação para o desenvolvimento de projetos em anemia falciforme, transplante de medula óssea e falência hematopoética.

 

Pesquisa aponta novas perspectivas no processo de inativação do cromossomo X em embriões humanos

Um artigo publicado na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature, apresenta importantes avanços no estudo do início do processo de Inativação do cromossomo X durante o desenvolvimento embrionário humano.

O trabalho foi realizado por um grupo coordenado pelas geneticistas docentes do Instituto de Biociências da USP: Lygia da Veiga Pereira, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE USP) e pesquisadora principal do Centro de Terapia Celular (CTC USP), e Maria Vibranovski, Jovem Pesquisadora e chefe do laboratório de Genômica Evolutiva.

Profa. Dra. Lygia da Veiga Pereira

Apesar de terem dois cromossomos X, fêmeas de mamíferos inativam um deles em suas células, um processo chamado inativação do cromossomo que compensa a diferença de dosagem de genes no X entre machos XY e fêmeas XX.

Este processo é um exemplo extremo de controle epigenético, onde um cromossomo inteiro é inativado, ou seja, seus genes não são expressos. Em camundongos, o processo começa no início do desenvolvimento embrionário, quando as células da massa celular interna do blastocisto começam a se diferenciar. Neste momento, cada célula escolhe aleatoriamente um X a ser inativado e todas as células descendentes manterão esse mesmo X inativo. 

“Nosso grupo resolveu investigar essa questão em humanos utilizando ferramentas genômicas que, em vez de poucos genes, pudessem olhar para todo o cromossomo X ao mesmo tempo. Afinal, o comportamento de poucos genes pode não refletir o comportamento do cromossomo como um todo”, explica Pereira.

Por acontecer durante o desenvolvimento embrionário, a inativação do cromossomo X foi pouco estudada em humanos.

“Em 2013, o sequenciamento de RNA de células únicas (scRNAseq) estava começando, e como tínhamos acesso a embriões humanos pré-implantação por causa do projeto de derivação de linhagens de células-tronco embrionárias, começamos a investigar a possibilidade de fazer scRNAseq de embriões humanos. Porém, na época a única plataforma existente para fazer as bibliotecas de células únicas ainda não estava disponível no Brasil. Consultamos colegas nos EUA sobre a possibilidade de fazermos colaborações, mas além das dificuldades técnicas de enviar células únicas de embriões humanos para fora, os custos dos reagentes eram muito altos”, conta a pesquisadora.

Para superar estas dificuldades o grupo contou com o auxílio da bioinformática, por meio de uma parceria com a Profa. Maria Vibranovski. As pesquisadoras trabalharam com dados de sequenciamento de embriões humanos publicados por um grupo chinês.

Outra contribuição importante levantada pelo estudo foi a contestação da hipótese do X dampening, publicada no ano passado na revista científica Cell e que desde de sua divulgação era aceita como verdade.

Um grupo de pesquisadores suecos identificou em embriões humanos a compensação de dose X entre machos XY e fêmeas XX, mas não detectou inativação de um cromossomo X. Assim, eles propuseram que a compensação de dose se dava pela redução dos níveis de expressão dos dois cromossomos X nas fêmeas, esse processo foi batizado de X dampening.

“Realizamos um experimento de bioinformática para testar a hipótese do X dampening: se houvesse mesmo dampening, a média da expressão dos genes expressos dos dois cromossomos X deveria diminuir durante o desenvolvimento. Nossa análise mostrou que isso não acontece: essa média varia, mas não diminui significativamente, argumentando contra o dampening”, conta Pereira.

O grupo provou que a inativação do cromossomo X começa no estágio de blastocisto, mas atingindo ainda poucos genes no X. O trabalho mostrou ainda pela primeira vez durante o desenvolvimento embrionário humano o surgimento de uma segunda forma de compensação de dosagem, entre o único X ativo e os autossomos.

“Temos dois de cada autossomo e somente um X ativo. Ohno (1967) propôs que o único X seria super-expresso para compensar essa desvantagem numérica em relação aos autossomos. Nós mostramos que essa super-expressão não acontece nos embriões pré-implantação, mas está presente em linhagens de células-tronco embrionárias humanas”, destaca Pereira.

Leia o artigo “Early X chromosome inactivation during human preimplantation development revealed by single-cell RNA-sequencing”.