Disponível no SUS, transplante de medula óssea é alternativa para o tratamento da anemia falciforme

O Por dentro da Pesquisa apresenta a palestra “Transplante de medula óssea para tratamento da anemia falciforme”, ministrada pela Dra. Thalita Cristina de Mello Costa, médica assistente do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP).

A doença genética causa alterações nos glóbulos vermelhos (hemácias), tornando-os parecidos com uma foice, e está entre as mais prevalentes no Brasil (com alta taxa de mortalidade) e no mundo. Um dos tratamentos possíveis é o transplante de células-tronco hematopoiéticas (capazes de se diferenciar em todas as células do sangue), retiradas da medula óssea de um doador saudável.

Os pacientes sofrem com infecções recorrentes que são a maior causa de morbidade, principalmente entre crianças. Além da inflamação crônica acompanhada de episódios de dor, os portadores têm uma desregulação do sistema imunológico.

O transplante de medula óssea foi incluído no rol de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2015. Parte das evidências científicas que contribuíram para a incorporação do tratamento na rede pública foi produzida em trabalhos realizados no Centro de Terapia Celular (CTC-USP) e no Hemocentro de Ribeirão Preto.

O procedimento consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas. Em seguida, são infundidas células-tronco da medula de um doador compatível para que seja criada uma nova fábrica de células sanguíneas sadias.

Fique atento às novas edições do Por dentro da Pesquisa! Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Terapia com células de cordão umbilical avança no combate à doença do enxerto-contra-hospedeiro

O transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica indicada para uma série de doenças malignas e não malignas. Porém, a principal complicação relacionada ao procedimento é a doença do enxerto-contra-hospedeiro na sua forma aguda ou crônica, uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, principalmente acometendo a pele, o trato gastrointestinal e o fígado.

O trabalho da pesquisadora Camila Dermínio Donadel, médica do Hemocentro de Ribeirão Preto, recentemente defendido no Mestrado Profissional em Hemoterapia e Biotecnologia da USP, traz uma abordagem para o tratamento da doença utilizando a terapia com células estromais mesenquimais (MSC) de cordão umbilical. A iniciativa demonstrou resultados positivos na qualidade de vida dos pacientes, hoje com baixa disponibilidade de tratamentos alternativos, principalmente no SUS.

No estudo foram avaliados 52 pacientes em diferentes centros médicos brasileiros, de 2015 a 2022, em sua maioria com leucemia aguda, linfoma e anemia aplástica. As células utilizadas foram expandidas no Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP.

As MSC são encontradas na medula óssea, adipócitos e tecidos perinatais, como placenta e cordão umbilical. Elas apresentam vantagens, como: facilidade de obtenção e isolamento, alta capacidade de propagação em cultura e de migrar para locais de lesão, além de serem pouco agressivas ao organismo.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre a pesquisa.

Jornal Nacional destaca evento internacional sobre células-tronco e trabalho do CTC-USP

Ribeirão Preto sediou na última semana o simpósio “From Concept to Clinic: Advances in Stem Cell Research”, organizado pela International Society for Stem Cell Research, um dos mais importantes congressos na área das células-tronco.

O trabalho do CTC-USP/Hemocentro de Ribeirão Preto ganhou destaque no Jornal Nacional, da Rede Globo, com o transplante de medula óssea para o tratamento da anemia falciforme. O procedimento que utiliza as células-tronco foi desenvolvido em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP e a Universidade de São Paulo.

O transplante de células-tronco hematopoiéticas (capazes de se diferenciar em todas as células do sangue) já é feito de graça em Ribeirão Preto, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doença genética causa alterações nos glóbulos vermelhos (hemácias), tornando-os parecidos com uma foice, e está entre as mais prevalentes no Brasil (com alta taxa de mortalidade) e no mundo.

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Estudo relacionado ao tratamento da esclerose sistêmica é premiado em renomado congresso brasileiro

A pesquisadora Maynara Santana Gonçalves, doutoranda do programa de Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular da FMRP-USP, recebeu o “Prêmio Júlio Voltarelli” como melhor trabalho em Terapia Celular e Pesquisa Básica, do “XXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea”, no dia 19/08, em Curitiba.

A pesquisa “Aumento dos mecanismos de imunoregulação em pacientes com esclerose sistêmica submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas” foi orientada pela Prof. Dra. Maria Carolina de Oliveira e pela Profa. Dra. Kelen Malmegrim de Farias, pesquisadoras do Centro de Terapia Celular (CTC-USP) do Hemocentro RP.

O transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas é uma opção terapêutica para pacientes com esclerose sistêmica grave e progressiva. A doença é caracterizada por lesões microvasculares associadas a diferentes graus de fibrose da pele e dos órgãos internos. Os pacientes sofrem com problemas de falta de ar, dores pelo corpo, manchas e dificuldade de locomoção, levando muitos a deixarem seus trabalhos e o convívio familiar.

Os resultados do estudo premiado contribuem no entendimento da reposta terapêutica dos transplantados e no enfrentamento da doença. Assista ao vídeo e saiba mais!