O Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) Ribeirão Preto faz parte do maior e mais avançado programa de tratamento contra o câncer da América Latina. Junto à unidade de São Paulo, os dois centros terão capacidade de atender mais de 300 pacientes por ano com a nova tecnologia CAR-T (receptor quimérico de antígeno, em tradução livre da sigla em inglês).
A pesquisa no combate ao câncer com células CAR-T já tratou 20 pacientes com Linfoma e Leucemia (LLA) refratários e os resultados são muito superiores às terapias convencionais. O objetivo agora é desenvolver um produto nacional e disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A fábrica vai produzir a terapia celular CAR-T, que utiliza células de defesa do organismo do próprio paciente oncológico para tratar o câncer de sangue. Entre as vantagens, estão a diminuição das sessões de quimioterapia e a maior chance de remissão total ou parcial da doença.
As unidades incluem laboratórios de controle de qualidade, salas de criopreservação, salas de produção de vírus, salas limpas de produção de células CAR-T e de preparo de meios e soluções, além de áreas destinadas ao armazenamento do produto final e dos insumos em tanques criogênicos.
O TRATAMENTO MAIS INOVADOR DA MEDICINA NO BRASIL
Podemos considerar o investimento em pesquisa e inovação, nesta indústria, como estratégico para o desenvolvimento e independência do país no setor. Tornando nosso parque fabril relevante e competitivo em relação às nações mais desenvolvidas na produção desses medicamentos e terapias.
O Nutera completa a iniciativa de criação de um polo moderno de tratamento inovador contra o câncer de sangue e futuramente contra outros tipos de doenças oncológicas. Foram investidos mais de R$ 200 milhões nos dois centros de terapia celular.
APLICAÇÕES E PÚBLICO-ALVO
O Hemocentro de Ribeirão Preto foi escolhido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser o responsável pelo projeto-piloto para o desenvolvimento de produtos de terapia avançada, voltados ao tratamento de pacientes portadores de leucemias e linfomas, com o uso de células CAR-T.
O estudo de fase 1/2 vai incluir 81 pacientes com leucemia linfóide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Serão avaliados o surgimento de efeitos adversos, a resposta clínica após 30 e 90 dias da terapia, a duração da resposta e a sobrevida geral dos voluntários. Os indivíduos serão acompanhados pela equipe médica.
NOSSA MISSÃO
Apesar de o procedimento já ser aplicado em outros países, o maior obstáculo é o custo elevado, que pode chegar até US$ 500 mil por aplicação. Por isso, a implantação feita por órgãos públicos tem como objetivo reduzir ao máximo o custo da terapia no Brasil, promovendo-a em larga escala.
ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO
A terapia celular CAR-T foi desenvolvida no Centro de Terapia Celular da USP. O primeiro voluntário do Brasil, que recebeu o tratamento experimental há três anos, alcançou a remissão total de um linfoma em estágio terminal. Outros pacientes que adotaram o tratamento também tiveram remissão.
COMO COMO VAI FUNCIONAR O ESTUDO CLÍNICO