Hemocentro RP vai receber mais de R$ 7 milhões para avançar em terapia celular no tratamento do lúpus

O Hemocentro de Ribeirão Preto foi aprovado com a maior nota dentre os projetos participantes da Chamada Nº 33/2024 – “Genômica e Saúde Pública de Precisão”, promovida pelo CNPq, Genomas Brasil, Ministério da Saúde e Governo Federal. Com o resultado, divulgado no dia 21/10, a Instituição vai receber mais de R$ 7 milhões para investir nos estudos com as células CAR-T, com foco no Lúpus Eritematoso Sistêmico.

Segundo o Prof. Dr. Diego Villa Clé, um dos coordenadores da iniciativa, esse deve ser o início de um novo horizonte para a terapia celular, que pode ser usada para combater outras doenças, como as autoimunes, e não só o câncer.

“O financiamento é parte essencial para seguirmos com os estudos clínicos utilizando as células CAR-T produzidas no Hemocentro RP e expandir a terapia celular, neste caso para o tratamento de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico. Pode ser um grande avanço para a medicina brasileira”, destaca o docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera RP), sediado no Hemocentro RP.

A pesquisa clínica será conduzida nos próximos anos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), sob a coordenação da Profa. Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues e do Prof. Dr. Paulo Louzada Junior, e no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP) pela Profa. Dra. Eloisa Bonfá e a Dra. Luciana Parente Costa Seguro.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.

O projeto aprovado participou do edital pela linha de “Produtos de Terapias Avançadas (PTA): pesquisas nas temáticas de doenças tropicais negligenciadas, neurodegenerativas, doenças crônicas não transmissíveis e doenças relacionadas ao envelhecimento, que visem ao desenvolvimento de PTA”.

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