Pesquisa publicada na revista Nature busca identificar redes de cooperação para o tratamento da hemofilia A

O Centro de Terapia Celular (CTC-USP) e o INGTEC (FEARP-USP) desenvolvem um estudo em parceria para identificar tecnologias promissoras relacionadas ao fator VIII recombinante (rFVIII), terapia essencial para pacientes com hemofilia A.

Dra. Virginia Picanço e Dr. Dimas Covas

O trabalho entre os pesquisadores das duas instituições resultou em um artigo que acaba de ser publicado na revista Nature Biotechnology, um dos periódicos mais prestigiados.

O artigo “Patent mining and landscaping of emerging recombinant factor VIII through network analysis” está disponível no link: www.nature.com/articles/nbt.4178

No estudo, os autores montaram o cenário de patentes do fator VIII recombinante utilizando análise de redes para mapear o circuito de cooperação entre os titulares de patentes e identificar rotas tecnológicas.

Os resultados mostraram que as tecnologias emergentes se concentram em métodos para melhor produção do fator que demonstrem maior estabilidade e menor imunogenicidade.

Os pesquisadores Cristiano Gonçalves Pereira, Virginia Picanço-Castro, Dimas Tadeu Covas e Geciane Silveira Porto são os responsáveis pela publicação.

Fator VIII Recombinante

O fator VIII de coagulação é essencial aos cerca de 12 mil brasileiros portadores de hemofilia A, segundo o Ministério da Saúde.

A doença, ligada ao cromossomo X, é causada pela deficiência ou anormalidade do cofator necessário para a geração da fibrina (proteína fibrosa envolvida na coagulação de sangramentos).

A Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto/USP possui a patente aprovada nos Estados Unidos de produção do fator VIII recombinante.

A patente apresenta algumas vantagens em relação aos fatores de engenharia genética, já existentes no mercado, e ao plasma humano. O agente é produzido por vetor que se integra no DNA da célula produtora, apresentando maior estabilidade e durabilidade.

A tecnologia é totalmente nacional e pode produzir quantidades suficientes e em escala industrial que atendam à demanda do país.

Confira a reportagem do Jornal da USP.